A adolescência acontece no indivíduo principalmente no terreno da escola. Principal Publicações Publicação Voltar

A adolescência acontece no indivíduo principalmente no terreno da escola.
A escola para o jovem é um território que acolhe tudo e onde eles se sentem à vontade para exercitar suas vivências e convivências. É nesse território em que se dão encontros e relações, que o jovem questiona valores e começa a construir seu projeto de vida.



Quem sou eu? O que eu posso ser? O que fazer para ser o que eu quero? O que eu quero para o meu futuro? Como posso me preparar para realizar meu projeto de vida? No ensino médio, é a escola, quando geradora de questionamentos, pensamentos, sentimentos e ações, que ajuda o adolescente a chegar a essas questões e a buscar suas próprias respostas.


Como uma obra em construção, a adolescência acontece no indivíduo principalmente no terreno da escola, onde o jovem passa boa parte de seu dia fora de casa. Há quem compare o processo individual àquele que se dá na coletividade contemporânea.


O adolescente passa por uma redefinição da imagem corporal assim como são redefinidas as configurações urbanas e as fronteiras territoriais. Ele está se individualizando, rompendo vínculos e buscando autonomia, em um processo similar ao da descolonização, quando uma comunidade rompe com a metrópole para obter sua independência política e econômica.


O adolescente também está na fase de comparar valores para estabelecer seu próprio código de ética, enquanto a humanidade coloca o foco nos códigos internacionais para nortear a vida no planeta e os direitos individuais e coletivos.


Na adolescência, o jovem busca identificação e segurança em grupos de iguais, assim como fazem os países ao criar blocos regionais no cenário internacional. E os garotos e garotas criticam as crenças dos pais, enquanto as comunidades modernas questionam ideologias e dogmas da velha ordem mundial.


Todos esses movimentos e transformações são vividos pelo filho ou filha adolescente ao lado dos professores, veículos de novos valores para comparar com os trazidos de casa, e dos colegas, que se tornam a referência campeã nessa fase da vida.


A família, claro, continua eterna referência, mas é o tempo de acompanhar tudo com um novo desafio: de perto, mas dos bastidores. Significa auxiliar o filho na compreensão do significado desse novo estágio de vida, dos desafios propostos, das alternativas possíveis frente às novas exigências.


Não cabe e não é responsabilidade dos pais fazer pelo filho, mas instigá-lo a enfrentar as situações, a descobrir suas potencialidades.


No início do ensino médio, esse acompanhamento tende a ser mais próximo, mas no segundo e principalmente no terceiro ano ele deve funcionar muito mais como uma monitoria, para o jovem perceber a preocupação da família, a possibilidade de ter a quem recorrer caso seja necessário, mas também adquirir confiança e autonomia para enfrentar a vida adulta.


Fonte: Patrícia Mortara, psicóloga e professora





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